
Carlos Cepeda
Professor e pesquisador em filosofia budista, filosofia japonesa e filosofia da religião, com interesse em filosofia ambiental, filosofia da mente e filosofias asiáticas. Doutor em filosofia pela Universitat Pompeu Fabra (Barcelona, Espanha), mestre em filosofia e filósofo pela Universidad Nacional de Colombia. Vice-diretor da Associação Latino-Americana de Filosofia Intercultural (ALAFI). Membro da Rede Europeia de Filosofia Japonesa (ENOJP) e da Rede Ibero-Americana para o Estudo do Budismo (RIEB). Colaborador das revistas Horizonte Independiente (RHI) e Buddhist Door en Español. Professor da Universidad Pedagógica Nacional (Bogotá, Colômbia) desde 2018.

Nishitani Keiji e o discurso do śūnyatā
Em que medida o pensamento de Nishitani Keiji é compatível com o śūnyatā/vacuidade do Mahāyāna? Alguns críticos podem levantar dúvidas a esse respeito, pois Nishitani estaria supostamente transformando śūnyatā em um princípio metafísico, algo contra o qual Nāgārjuna — para começar— alertou. No entanto, é possível argumentar o contrário. A partir de uma análise da topologia nishitaniana dos três campos (campos da consciência, niilidade e śūnyatā) e de seu uso da lógica soku-hi, é possível interpretar que, em vez de transformar a vacuidade em um princípio metafísico, ele articula um discurso de śūnyatā cuja função é expor os limites do pensamento e da linguagem humanos. Dessa forma, seria possível recuperar nosso verdadeiro contato com as coisas tal como elas são e conosco mesmos. Nesse sentido, acredito que Nishitani estaria de fato alinhado com a intenção de Nāgārjuna.
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