
Felipe Ferrari
Felipe Ferrari Gonçalves é graduado em Filosofia pela Unicamp e vive no Japão desde 2011, onde obteve os títulos de mestre e doutor em Filosofia pela Universidade de Nagoia com a tese A topologia do “verdadeiro nada” – Uma genealogia do conceito de ‘basho’ em Nishida Kitarō. Além de atuar como professor adjunto na mesma instituição, trabalha como professor associado na Faculdade de Políticas Públicas da Universidade de Yokkaichi, onde é responsável pelo centro de pesquisas em Filosofia Pública e leciona disciplinas de Filosofia, Pensamento Japonês, História do Pensamento Social, Introdução à Psicologia e Língua Portuguesa. É secretário executivo da Associação de Filosofia de Nishida, membro do conselho editorial do periódico internacional Tetsugaku, publicado pela Associação Japonesa de Filosofia e co-organizador do Seminário Permanente sobre a Filosofia de Nishida, realizado em parceria com o Instituto para Religião e Cultura da Universidade de Nanzan. É autor de artigos sobre filosofia intercultural e filosofia japonesa, sobretudo acerca do pensamento da Escola de Quioto, e tradutor para o português de obras de autores como Nishida Kitarō e Tosaka Jun.

Por uma lógica ilógica: A lógica do contraditório enquanto forma discursiva do pensamento de Nishida Kitarō
Em seu último manuscrito, intitulado Acerca de minha lógica, concluído em sua última semana de vida, Nishida Kitarō lamentara o fato de que sua lógica parecia não ter sido compreendida por seus críticos contemporâneos. Segundo Nishida, ao analisar sua obra, os círculos acadêmicos japoneses, demasiadamente apegados à lógica de predicados aristotélica, se mostraram incapazes de admitir uma “lógica da identidade contraditória” como uma lógica de fato, ao afirmar que a mesma não passava de mera “experiência religiosa”.
Esta apresentação é proposta como uma retrospectiva hermenêutica da caracterização da lógica não-binária com a qual o filósofo japonês lidara nas duas últimas décadas de sua produção intelectual; bem como uma análise da bibliografia produzida acerca do tema desde então, com o intuito de clarificar se agora, passados 80 anos do falecimento de Nishida, sua lógica tem sido, finalmente, compreendida nos termos originalmente propostos pelo mesmo.
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