Nesta palestra, elaboro o relato do budista Chan sobre a realidade como não-dual ou a visão de que cada coisa postulada ("A") está internamente relacionada àquilo que não é postulado ("não-A"). À medida que as diferentes tradições budistas se desenvolveram na Índia e na China, os budistas Mahayana reconheceram que certas distinções dualistas precisavam ser reconciliadas para serem fiéis aos compromissos budistas fundamentais. Dessas distinções, a mais importante a reconstruir foi o dualismo entre a existência "incondicionada" e "condicionada". O budista Chan reconciliou esse dualismo apresentando um relato não bifurcado da realidade, onde o "incondicionado" não dualisticamente entendido agora era visto como a estrutura incondicionalmente presente de cada aspecto condicionado da existência. Além disso, a metafísica da não-dualidade pode nos ajudar a entender como os budistas Chan acreditavam que poderíamos ser motivados a agir com compaixão de uma forma incondicionalmente fundamentada.