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Joaquim Monteiro

Joaquim Monteiro nasceu no Rio de Janeiro em 1955. Possui graduação em psicologia pela Universidade Santa Úrsula.RJ (1983), mestrado em Budismo chinês pela Universidade de Komazawa, Tóquio, Japão (1997) e doutorado em Budismo chinês pela mesma Universidade.(2000). Foi pesquisador do Instituto de estudos budistas da Universidade Doho, Nagoya (1988-2003) e Professor do departamento de língua japonesa na Universidade I-Show, Kaohsiung, Taiwan. (2003-2005). Foi bolsista Pnpd-Capes e Professor visitante na pós-graduação em ciências das religiões da UFPB. (2013-2017). Dedica-se atualmente ao estudo e a tradução da literatura budista em Mandarim e a reflexão sobre a filosofia chinesa e japonesa contemporâneas.

O problema da lógica em Vasubandhu centrado nas modalidades do vazio do ātman e o vazio dos dharmas

O problema da lógica em Vasubandhu precisa ser analisado a partir de uma referência às duas fases do seu desenvolvimento. Na primeira fase, representada pelo nono e último capítulo do Abhidharmakośa, a temática central consiste na refutação de conceitos como o ātman e o pudgala. Partindo do pressuposto de que a percepção e a inferência são os únicos meios válidos de conhecimento, Vasubandhu desenvolve uma crítica radical a esses conceitos por meio de uma análise centrada em categorias como os cinco agregados (skandhas), as doze entradas (āyatanas) e as dezoito esferas (dhātus). Os procedimentos lógicos aqui empregados são virtualmente idênticos aos pressupostos da lógica clássica. Em sua segunda fase, representada pelos Trinta Versos sobre a Pura Cognição (Triṃśikā-vijñaptimātratā), Vasubandhu reconhece os resultados de sua primeira fase, mas estabelece o vazio (śūnyatā) dos dharmas como um processo em que categorias como os agregados, entradas e esferas são esvaziadas de seu status ontológico de realidades últimas, preservando, no entanto, a refutação do ātman e do pudgala como resultado da análise dessas categorias. A grande questão que se coloca neste contexto é: terá implicações lógicas esse processo de esvaziamento dos objetos de análise que, ao mesmo tempo, preserva os resultados dessa mesma análise? Suscitar essa interrogação constitui o objetivo final desta apresentação.

©2025 por X Colóquio de Filosofia Oriental da Unicamp

Grupo de Estudos Brasil-China

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