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Lucas Murata
Lucas Murata é pesquisador e estudante de filosofia japonesa, com ênfase na obra de Nishida Kitarō.
Sua investigação busca estabelecer diálogos entre tradições filosóficas orientais e ocidentais.
Os temas centrais de sua pesquisa incluem consciência, experiência, realidade e suas relações com o niilismo.
Atualmente, é mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Também atua na tradução de textos filosóficos japoneses, incluindo obras de Nishida Kitarō, para o português.
O conceito de lugar de Nishida e a língua japonesa
Esta apresentação analisa como a estrutura da língua japonesa oferece suporte conceitual ao bashô (場所, lugar) na filosofia de Nishida Kitarō. Mostra-se que o japonês não apenas veicula, mas molda o modo de pensar de Nishida, especialmente em relação à não-dualidade e à ausência de um sujeito substancial. Enquanto línguas ocidentais tendem a centralizar o sujeito, o japonês permite expressar a experiência sem referência explícita a ele. Essa característica aproxima-se da proposta nishidiana de uma consciência anterior à separação entre sujeito e objeto. Assim, a gramática japonesa, ao enfatizar o predicado e a dimensão relacional do discurso, revela paralelos diretos com a lógica do lugar em Nishida.

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